sábado, 30 de junho de 2012

 "O Caminmho das Letras", de Júlia Maria Lima Cotrim. É um breve currículo sobre as atividades literárias e artísticas do acadêmico DÁRIO TEIXEIRA COTRIM.

"As Posturas da Câmara Municipal de Montes Claros de Formigas - 1858", de Júlia Maria Lima Cotrim & Dário Teixeira Cotrim. É um resgate histórico dos primeiros anos da cidade de Montes Claros.
"História Primitiva de Guanambi" de Dário Teixeira Cotrim

domingo, 31 de outubro de 2010

O POETA DAS EVAS


O Poeta das Evas é o vigéssimo livro do escritor Dário teixeira Cotrim. Ele foi publicado pela Editora Cotrim e faz parte do Consórcio Literário "Oficina das Letras". O lançamento aconteceu no projeto "Outubro Literário" da Secretaria Municipal de Cultura de Montes Claros.

sábado, 10 de outubro de 2009

sábado, 1 de agosto de 2009

ÍNDICE


A doce filha do juiz – Alberto Deodato
A medicina dos médicos e a outra – Hermes de Paula
A Poesia de Zulma – Zulma Antunes Pereira
Alcoolismo: problema e solução – João Walter Godoy
Amor Cigano – Ájax Amaral Tolentino
Amor sem Limite – Arnaldo Leite Prates
Archote da Verdade – Orlando Ferreira Lima
As mangueiras de dona Zezé – Pedro de Oliveira
As Travessuras de Chico Prego – Alceu Augusto de Medeiros
Balanço Verde – Kita Sá
Cachoeira de Emoções – Vera Veríssimo
Cantos Chorados – Olintho da Silveira
Carga Pesada – Biancart Monteiro
Corpus – Denise Magalhães
Data Vênia, Excelência! – Ronaldo José de Almeida
Dória & Dário – Dóris Araújo e Dário Teixeira Cotrim
Emoções – Wanderlino Arruda
Entre outras coisas... Eva – José Prudêncio de Macedo
Eterno Instante – Miriam Carvalho
Experiências de uma vida – Juvenal Caldeira Durães
Família Guarani: 50 anos de história – José Ferreira da Silva
Família Machado – José Gomes Machado
Fonte dos Suspiros – Geraldo Freire
Genuíno – Márcio Adriano Silva Morais
Grotão – João Valle Maurício
Histórias E crônicas norte-mineiras – Expedito Veloso Barbosa
João Chaves: Eterna Lembrança – Amelina Chaves
Leia o Trem – Clício de Moura Lima
Lembretes Maternais – Maria Celestina de Almeida
Magnificat – Maria das Mercês Guedes e Milene Antonieta Mauricio
Malvinas: Crônicas de Guerra – Fernando Zuba
Maria Dusá – Lindolfo Rocha
Memória de uma Aroeira – Luiz Pires Filho
Memórias da Infância – Júlio César de Melo Franco
Memórias da Terra do Boi Surubim – Antônio Ferreira Cabral
Meu Relicário – Arthur Fagundes
Momentos – Luiz de Paula Ferreira
Monte Azul, retratos e relatos do Tremedal – Maria da Glória Feliciano
Montes Claros, Claros Montes, Nossa Terra Nossa Gente – Terezinha Campos
Montes Claros: Histórias do Rey – Reynaldo Veloso Souto
Mozart David – Uma vida e serviço de Jacaraci – Zoraide Guerra David
Nas águas do Rio São Francisco – Maria da Glória Caxito mameluque
Nova Esperança – Jarbas Oliveira
O Laço Húngaro – Dário Teixeira Cotrim
O Mito da Cachaça Havana – Roberto Carlos Morais Santiago
O poder feminino – Antônio Ferreira Cabral
O Priapo de Ébano – Amelina Chaves
O Rancho da Lua e outras memórias – Amelina Chaves
O Sabor Acre da Vida – Waldir de Pinho Veloso
O Sol Brilha Para Todos – Milton Azevedo
Os 500 anos dos sem terra – Mário Magno Cardoso
Os três heróis do Sertão – Juca Silva Neto
Poesias – José Rametta Santos
Poetas & Ostras – Wander Cardoso
Por cima dos telhados e por baixo dos arvoredos – Luiz de Paula Ferreira
Porteirinha: Memória histórica e genealógica – Palmyra Santos Oliveira
Raízes de Minas – Simeão Ribeiro Pires
Rancho Solitário - Jason de Morais
Rebenta Boi – Cândido Canela
Relicário – José Canguçu
Serestórias e outros escritos – Virgílio de Paula
Sincoob Credinor – José Roberto e Waldirene Aparecida
Tempestade do Amor – João Soares

MEU RELICÁRIO


DÁRIO TEIXEIRA COTRIM

Não poderia ser outro o nome de batismo do livro de Artur Fagundes: Meu Relicário. Pois é o seu livro o lugar próprio para guardar as relíquias do tempo pretérito. Os guardados mais preciosos e de valores imensuráveis que são os seus belíssimos poemas de vida. O livro traz na capa a impressão lógica do classicismo, com detalhes oriundos dos antigos capitéis gregos, o que nos ocorre a uma sensação de forte erudição no processo da arte literária. Aliás, o poeta Arthur Fagundes é um verdadeiro homem-erudito, uma vez que os seus poemas retratam com sabedoria e elegância os valores das lembranças eternas e as saudades de um tempo que agora está tão distante. Ele se apresenta num estilo ideal da comunicação, poderia dizer-se da poesia de Fernando Pessoa, pelo qual o leitor passa a ser parte integrante de sua ação poética, porque o que o poeta diz encharca-se numa verdade de vida de cada um de nós.

Quem, ao ler com ávida degustação os poemas de o Meu Relicário, não voltará pelo pórtico do tempo? Quem não se emocionará das recordações prestigiosas na magia desta leitura? Quem não se sensibilizará com a dor da perda num soslaio de sombras, ou com a alegria da conquista? Assim é o livro do poeta Arthur Fagundes. Na medida em que nos aprofundemos na leitura dos seus poemas, novas e interessantes descobertas vão sendo reveladas para o nosso doce entretenimento. Dentre elas a de que o prefaciador, o acadêmico Adherbal Murta de Almeida, nos avisa com extrema segurança de que “a sabedoria e a beleza literária dos 117 sonetos de Dr. Arthur Fagundes [que] estão guardados dentro do livro Meu Relicário, me pertencem de agora em diante”. Para ser mais justo, estes sonetos pertencem na verdade a todos os seus diletos admiradores.

Com a publicação do livro o Meu Relicário ganha o leigo-poeta, também os apreciadores da boa literatura e mesmo os membros das academias de letras, todos interessados em se informar um pouco mais na dança de suas palavras. A obra de Arthur Fagundes não se esgota em assuntos meramente pessoais e nem tampouco na beleza das palavras senão na sua essência intrínseca. Em nenhum momento ele atropela a língua portuguesa, ou viola os aspectos sagrados da comunidade social. Expende que perdeu o pai ainda quando criança, “mas ficou (...) o exemplo que [ele] deixou para não fenecer a semente que plantou”. Tem razão João Guimarães Rosa quando diz que “as pessoas não morrem, ficam encantadas”.

Por outro lado, o livro é a forma mais utilizada para garantir a plena e longa imortalidade. Portanto, sentimos que esta obra tem muito de afinidade com a nossa existência, que sempre resultou de lembranças de coisas do passado, principalmente da nossa saudosa infância. O que há de mais importante, entretanto, é o exemplo de vida que o autor oferece aos seus leitores. Assim, a proposta dos seus poemas tende a fluir magistralmente ao nosso redor na impaciência de concretizar sonhos e mais sonhos. “O sonho é fugaz, é passageiro, é vão. A gente quando sonha, sonha o que viveu, mesmo na idade que o tempo feneceu, porque a lembrança que recorda é ficção”.

Confesso que li demoradamente o livro Meu Relicário. Viajei mansamente em suas lindas páginas. Emocionei-me fortemente nos textos e nos contextos da obra. O poeta Arthur Fagundes será recompensado por ter nos oferecido este belíssimo presente de vida! O seu relicário será o nosso relicário na festividade literária da própria vida. Isso eu afianço!

MENINO PESCADOR


DÁRIO TEIXERA COTRIM

O poeta Reivaldo Canela é certamente um dos mais importantes intelectuais da cultura montes-clarense. Quem duvidar disso que leia e releia, cuidadosamente, seu empolgante livro de memórias intitulado de Menino Pescador. Mas, é indispensável uma observação: a leitura deste livro deve ser feita com a paciência de um verdadeiro pescador, aquele que mergulha, silenciosamente, o seu anzol em águas cristalinas e tão logo fisgará uma comovente narrativa de um memorialista, alguns textos avulsos do seu cotidiano e uma seleta de lindos poemas.

Qualquer um quererá gostar de uma dessas pescarias. Porém, há momentos em que nada poderá satisfazer o gosto pela vontade determinante de fincar o pé na beirada de um rio até o manifestar-se do dia seguinte. É preciso mais. É preciso viajar nas asas da imaginação poética do autor. E – quem sabe? – não deixar morrer a esperança de fisgar um peixe grande. Todavia, a qualquer momento um puxão de orelha nos retorna à triste realidade dos fatos: agora não há mais peixes em nossos rios, mas tão somente os entulhos das grandes cidades.

Não obstante a esta triste constatação é claro que a leitura ainda prossegue. Desta vez há um doce encantamento que envolve os textos que compõem a segunda parte do livro. São textos curtos e explicativos. O autor nunca se engana no manejo das palavras quando essas significam o que há de mais discreto no seu conteúdo. São como as estrelas que cintilam em um dado momento, mas que nos deixam o brilho quando a imaginação é controlada pela emoção da razão. O grande mérito do livro consiste em apresentar-se numa narração seqüenciada e ordenada, o que passa pela infância do autor e se completa na valorização dos textos literários.

Com a mais alta e a mais profunda emoção, assim nos ilumina o acadêmico Reivaldo Canela com sua arte ambígua, sutil, refinada e reflexiva. O autor explora sem constrangimentos a narrativa detalhista do estilo machadiano. Uma forma real e rápida de transportar o leitor para o âmago dos fatos. Na medida em que a leitura vai fluindo nota-se o emprego das reminiscências. Propositadamente a escrita de Reivaldo Canela dialetiza as distorções entre o pretérito e o futuro procurando superar o paradoxo da condição humana.

Reivaldo Canela inspira-se nesta experiência da escrita e procura fazer a sua narrativa, não a partir da sua consciência, mas da noção do inconsciente. Aqui, neste livro Menino Pescador a narrativa dos textos emana de uma criança adormecida no recôndito das letras. Narrar estórias é buscar o sentido real do pragmatismo dissimulado no TUDO ou no NADA. Narrar estórias é deixar extravasar todo o sentimento que existe na alma do poeta. Reivaldo Canela sabe perfeitamente burilar as palavras no sentido de produzir esta sensação de conforto e de alegria tão necessária ao coração da gente.

No final do livro há um belíssimo bônus poético para os seus leitores. Aqui o poeta Reivaldo Canela transporta para a sua poesia a simplicidade que lhe é peculiar tal como a beleza de que se reveste a sua inspiração. A família Canela transpira poesia por todos os poros. O certo é que a magia das palavras, criada pela caneta-tinteiro de Reivaldo, resulta sempre na criação dos mais belos sonetos.

Recomendo a leitura de Menino Pescador. Gostei muito. Este livro trata-se de uma viagem com paradas obrigatórias em determinadas épocas do tempo. No tempo de buscar o araçá madurinho no mato do cerrado. No tempo do carro de bois perambulando cheio de lenha pelas ruas sem calçamento da nossa cidade. No tempo dos curimatãs, piaus, corvinas, matrichãs, traíras, bagres, mandis e pacomãs. O livro de Reivaldo Canela é, pois, um baú repleto de lembranças e de saudades!