Dário Teixeira Cotrim
Foi com muita alegria que recebi das mãos do confrade Juvenal Caldeira Durães o exemplar do livro Os 500 Anos dos Sem Terra, de Mário Magno Cardoso. É um excelente livro de memórias que traz várias fases da história nacional e regional e fala-nos, principalmente, de Buriti Grande, um pequeno povoado do município de Bocaiúva, terra natal do autor. Há, todavia, as informações básicas sobre a colonização do interior mineiro desde a presença dos bandeirantes paulistas, quando aqui vieram para tomar posse das terras até os dias em que a luta pela terra reúne grupos de trabalhadores em busca de um lugar seguro onde possa assentar suas famílias e viver com dignidade numa sociedade vil e politicamente desigual.
Assim é o livro de Mário Magno Cardoso “grande sonhador e dotado de um maravilhoso senso de humor, pois sempre ele está de bem com a vida e com todos” apesar dos seus noventa e poucos anos de idade. São fatos que nos submergem no mundo, não o das fantasias, mas o do descaso. Dentro desse mundo é que encontramos nossa realidade mais dura e cruel. Nota-se que Os 500 Anos dos Sem Terra não passa de um lamento melancólico do autor, que através de árduas pesquisas fez registrar alguns pontos obscuros da nossa história. O livro retrata fielmente o povoado de Buriti Grande, além de um interessante apanhado sobre a genealogia das famílias que lá residem.
Usando estilo próprio, Mário Magno narra com sensibilidade, temas tristes e belos, que celebram a importância do seu trabalho. “Foram essas coisas que fizeram nascer em mim a idéia de escrever este livro, a que dei o título de Os 500 Anos dos Sem Terra, dando como exemplo meu pequeno torrão natal, Buriti Grande, que já sofreu no passado grandes atentados. Tenho muito que contar a esse respeito e aproveitando o assunto em causa, falarei do meu pequeno lugarejo que tanto amo”.
Apesar do avanço político e da consolidação parcial da reforma agrária no país, o jogo de interesses, enquanto método divisório das terras parece ter sobrevivido por muitos séculos. Uma prova dessa afirmação é o livro Os 500 Anos dos Sem Terras, do ilustre escritor Mário Magno Cardoso. Num primeiro momento o autor concentra as suas pesquisas na história (Tratado de Tordesilhas e a Chegada dos Bandeirantes). Depois vereda por caminhos menos íngremes e exalta com minudência o seu Buriti Grande. É certo que o foco principal de sua narrativa – os Sem Terras – aparece nas entrelinhas do livro. Dividido em dez capítulos, o livro traz ainda um lindo poema de Filomeno Pereira dos Santos, com o título de “Buriti Grande e seu passado”.
Além dessas nossas impressões sobre a obra de Mário Magno Cardoso, que a exaltamos sem nenhum favor, ela ainda trouxe-nos a lembrança do saudoso poeta Gabriel Dário Cardoso, filho do autor. Por outro lado, fez muito bem o autor em editar a sua grandiosa obra, o que certamente ela poderá nos ajudar a compreender o grito pungente dos que estão na informalidade do trabalho ou, ainda, numa sociedade violenta onde a lei é ditada pelos inúmeros traficantes. Mas, por certo, não tivemos ou não foi necessária a oportunidade de pegar em armas, porque basta-nos a pena de uma caneta para que possamos difundir as nossas idéias. E foi assim que fez o ilustre escritor Mário Magno Cardoso. “Hoje, aposentado, [ele] reside em Montes Claros onde com a amada esposa Laetícia teve onze filhos que são sua grande paixão, além da paixão pelas suas raízes e pela vida”. Mário não polemiza, mas isso não retira o mérito do seu trabalho de pesquisa como uma singela contribuição para a história política e social de nossa região. Parabéns Mário Magno Cardoso!
Foi com muita alegria que recebi das mãos do confrade Juvenal Caldeira Durães o exemplar do livro Os 500 Anos dos Sem Terra, de Mário Magno Cardoso. É um excelente livro de memórias que traz várias fases da história nacional e regional e fala-nos, principalmente, de Buriti Grande, um pequeno povoado do município de Bocaiúva, terra natal do autor. Há, todavia, as informações básicas sobre a colonização do interior mineiro desde a presença dos bandeirantes paulistas, quando aqui vieram para tomar posse das terras até os dias em que a luta pela terra reúne grupos de trabalhadores em busca de um lugar seguro onde possa assentar suas famílias e viver com dignidade numa sociedade vil e politicamente desigual.
Assim é o livro de Mário Magno Cardoso “grande sonhador e dotado de um maravilhoso senso de humor, pois sempre ele está de bem com a vida e com todos” apesar dos seus noventa e poucos anos de idade. São fatos que nos submergem no mundo, não o das fantasias, mas o do descaso. Dentro desse mundo é que encontramos nossa realidade mais dura e cruel. Nota-se que Os 500 Anos dos Sem Terra não passa de um lamento melancólico do autor, que através de árduas pesquisas fez registrar alguns pontos obscuros da nossa história. O livro retrata fielmente o povoado de Buriti Grande, além de um interessante apanhado sobre a genealogia das famílias que lá residem.
Usando estilo próprio, Mário Magno narra com sensibilidade, temas tristes e belos, que celebram a importância do seu trabalho. “Foram essas coisas que fizeram nascer em mim a idéia de escrever este livro, a que dei o título de Os 500 Anos dos Sem Terra, dando como exemplo meu pequeno torrão natal, Buriti Grande, que já sofreu no passado grandes atentados. Tenho muito que contar a esse respeito e aproveitando o assunto em causa, falarei do meu pequeno lugarejo que tanto amo”.
Apesar do avanço político e da consolidação parcial da reforma agrária no país, o jogo de interesses, enquanto método divisório das terras parece ter sobrevivido por muitos séculos. Uma prova dessa afirmação é o livro Os 500 Anos dos Sem Terras, do ilustre escritor Mário Magno Cardoso. Num primeiro momento o autor concentra as suas pesquisas na história (Tratado de Tordesilhas e a Chegada dos Bandeirantes). Depois vereda por caminhos menos íngremes e exalta com minudência o seu Buriti Grande. É certo que o foco principal de sua narrativa – os Sem Terras – aparece nas entrelinhas do livro. Dividido em dez capítulos, o livro traz ainda um lindo poema de Filomeno Pereira dos Santos, com o título de “Buriti Grande e seu passado”.
Além dessas nossas impressões sobre a obra de Mário Magno Cardoso, que a exaltamos sem nenhum favor, ela ainda trouxe-nos a lembrança do saudoso poeta Gabriel Dário Cardoso, filho do autor. Por outro lado, fez muito bem o autor em editar a sua grandiosa obra, o que certamente ela poderá nos ajudar a compreender o grito pungente dos que estão na informalidade do trabalho ou, ainda, numa sociedade violenta onde a lei é ditada pelos inúmeros traficantes. Mas, por certo, não tivemos ou não foi necessária a oportunidade de pegar em armas, porque basta-nos a pena de uma caneta para que possamos difundir as nossas idéias. E foi assim que fez o ilustre escritor Mário Magno Cardoso. “Hoje, aposentado, [ele] reside em Montes Claros onde com a amada esposa Laetícia teve onze filhos que são sua grande paixão, além da paixão pelas suas raízes e pela vida”. Mário não polemiza, mas isso não retira o mérito do seu trabalho de pesquisa como uma singela contribuição para a história política e social de nossa região. Parabéns Mário Magno Cardoso!