Dário Teixeira Cotrim
Com relação ao livro Serestórias & outros escritos, de Virgílio Abreu de Paula, nós poderíamos dizer e, sem nenhum constrangimento, que o adagiário “filho de peixe, peixinho é” é verdadeiramente verdadeiro. Portanto, Virgílio era por isso um historiador nato com as mesmas características do pai, o folclorista Hermes de Paula. Ele soube muito bem explorar o tema “seresta”, haja vista o que já vivia bastante tempo enraizado no seio de sua família. Serestórias no sentido real da palavra é a seresta em histórias da cidade Montes Claros. Ou melhor; é um excelente, minucioso e rico apanhado dos causos acontecidos durante a peregrinação do Grupo de Serestas João Chaves em toda a sua trajetória cultural. E por assim dizer é que encontramos no intróito do seu livro uma afirmação clássica sobre os tempos passados, onde o autor diz que “as calmas noites mineiras eram povoadas de música e verso: versos que exaltavam a beleza e o encanto da criatura amada ou choravam as mágoas de um amor impossível ou não correspondido”.
Por um lado, vislumbramos com as anotações sobre as anedotas acontecidas durante as viagens do Grupo de Seresta João Chaves. Elas são jocosas sem deixar de serem verdadeiramente importantes para o resgate da história da seresta de Montes Claros. Certamente que, com o tempo elas tornar-se-ão apontamentos folclóricos que enriquecerão a literatura e a história cultural dos montes-clarenses. Há causos engraçados em que a narrativa de Virgílio aflora com total encantamento lembrando-nos as crônicas do mestre João Valle Maurício. Disse-nos a saudosa escritora Felicidade Perpetua Tupinambá que a primeira parte deste livro “é o lado divertido da vida dos artistas” e que foi escrito com o “objetivo de conservar a memória” de acontecimentos passados e pitorescos entre os componentes do grupo de Seresta João Chaves.
Por outro lado, notamos ainda que as crônicas de Virgílio retratem os respingos históricos da cidade de Montes Claros num complemento natural e oportuno do livro “Montes Claros, sua história, sua gente e seus costumes”, do historiador Hermes de Paula, o seu pai. A maneira pela qual o poeta Virgilio escreve as memórias de sua terra confunde-se em estilo e gênero com o do poeta José Prudêncio de Macedo. De sua dedicação com as coisas nossas é que lhe tem valido incontestáveis apreços dos montes-clarenses, tudo isso em agradecimento à sua paixão amorosa por Montes Claros, mesmo depois do seu encantamento eterno. É que os poetas perecem, mas as suas obras ficam imortalizando-os para sempre.
A propósito disso tudo indagamos a nós mesmo: e o Virgílio poeta existe? Certamente que sim, mas muito de nós não tínhamos a consciência de que Virgilio Abreu de Paula fazia poesias. Belas poesias! Aliás, ele não só compôs versos livres de regras gramaticais, mas também o soneto que é a forma mais difícil de fazer poesias. Talvez ele tenha iniciado muito tarde na arte de fazer versos, ou ele tenha ido muito cedo sem ao menos completar o seu rosário poético. Mas, se vivo ele estivesse com certeza que haveria de publicar vários livros de poesia. Pois ele era talentoso, criativo e tinha no sangue a poesia sertaneja e a música seresteira. Não obstante a tudo isso, temos informações que ele deixou inéditos dois livros: PECATTUM e NOSSOS BICHOS.
Virgílio Abreu de Paula era membro do Grupo de Seresta João Chaves e da Associação Brasileira dos Pesquisadores da Música Popular Brasileira. Também foi ele presidente da Comissão Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Montes Claros. Em 2001 foram publicados diversos causos do livro Serestórias & outros escritos no Jornal de Notícias. Ele colaborou no Jornal de Montes Claros durante os anos de 1989 e 1990. No Diário de Montes Claros no ano de 1990. Recebeu o prêmio SOL em 1987 e 1990 além de outras premiações.
Com relação ao livro Serestórias & outros escritos, de Virgílio Abreu de Paula, nós poderíamos dizer e, sem nenhum constrangimento, que o adagiário “filho de peixe, peixinho é” é verdadeiramente verdadeiro. Portanto, Virgílio era por isso um historiador nato com as mesmas características do pai, o folclorista Hermes de Paula. Ele soube muito bem explorar o tema “seresta”, haja vista o que já vivia bastante tempo enraizado no seio de sua família. Serestórias no sentido real da palavra é a seresta em histórias da cidade Montes Claros. Ou melhor; é um excelente, minucioso e rico apanhado dos causos acontecidos durante a peregrinação do Grupo de Serestas João Chaves em toda a sua trajetória cultural. E por assim dizer é que encontramos no intróito do seu livro uma afirmação clássica sobre os tempos passados, onde o autor diz que “as calmas noites mineiras eram povoadas de música e verso: versos que exaltavam a beleza e o encanto da criatura amada ou choravam as mágoas de um amor impossível ou não correspondido”.
Por um lado, vislumbramos com as anotações sobre as anedotas acontecidas durante as viagens do Grupo de Seresta João Chaves. Elas são jocosas sem deixar de serem verdadeiramente importantes para o resgate da história da seresta de Montes Claros. Certamente que, com o tempo elas tornar-se-ão apontamentos folclóricos que enriquecerão a literatura e a história cultural dos montes-clarenses. Há causos engraçados em que a narrativa de Virgílio aflora com total encantamento lembrando-nos as crônicas do mestre João Valle Maurício. Disse-nos a saudosa escritora Felicidade Perpetua Tupinambá que a primeira parte deste livro “é o lado divertido da vida dos artistas” e que foi escrito com o “objetivo de conservar a memória” de acontecimentos passados e pitorescos entre os componentes do grupo de Seresta João Chaves.
Por outro lado, notamos ainda que as crônicas de Virgílio retratem os respingos históricos da cidade de Montes Claros num complemento natural e oportuno do livro “Montes Claros, sua história, sua gente e seus costumes”, do historiador Hermes de Paula, o seu pai. A maneira pela qual o poeta Virgilio escreve as memórias de sua terra confunde-se em estilo e gênero com o do poeta José Prudêncio de Macedo. De sua dedicação com as coisas nossas é que lhe tem valido incontestáveis apreços dos montes-clarenses, tudo isso em agradecimento à sua paixão amorosa por Montes Claros, mesmo depois do seu encantamento eterno. É que os poetas perecem, mas as suas obras ficam imortalizando-os para sempre.
A propósito disso tudo indagamos a nós mesmo: e o Virgílio poeta existe? Certamente que sim, mas muito de nós não tínhamos a consciência de que Virgilio Abreu de Paula fazia poesias. Belas poesias! Aliás, ele não só compôs versos livres de regras gramaticais, mas também o soneto que é a forma mais difícil de fazer poesias. Talvez ele tenha iniciado muito tarde na arte de fazer versos, ou ele tenha ido muito cedo sem ao menos completar o seu rosário poético. Mas, se vivo ele estivesse com certeza que haveria de publicar vários livros de poesia. Pois ele era talentoso, criativo e tinha no sangue a poesia sertaneja e a música seresteira. Não obstante a tudo isso, temos informações que ele deixou inéditos dois livros: PECATTUM e NOSSOS BICHOS.
Virgílio Abreu de Paula era membro do Grupo de Seresta João Chaves e da Associação Brasileira dos Pesquisadores da Música Popular Brasileira. Também foi ele presidente da Comissão Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Montes Claros. Em 2001 foram publicados diversos causos do livro Serestórias & outros escritos no Jornal de Notícias. Ele colaborou no Jornal de Montes Claros durante os anos de 1989 e 1990. No Diário de Montes Claros no ano de 1990. Recebeu o prêmio SOL em 1987 e 1990 além de outras premiações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário