Dário Teixeira Cotrim
Eu tenho um livro escrito por duas mãos: dóris & dário. O Secretário de Cultura, Ildeu Braúna, também tem um. A acadêmica Yvonne Silveira tem vários deles. Aliás, tem muita gente que tem um ou mais de um livro escrito por duas mãos. Ter a felicidade de compartilhar com alguém essa oportunidade de escrever livros a dois é uma dádiva de Deus. É assim porque neles não há egoísmo e nem tampouco o fruto das falsidades. Falando nisso, agora mesmo eu acabei de ler um livro assim: Montes Claros, Claros Montes - Nossa Terra, Nossa Gente, de Helena Pereira Nascimento e Martins e Terezinha Campos. A primeira delas aventurou-se na prosa descrevendo alguns dos momentos mais importantes da vida social de Montes Claros, com elegância e fidelidade. Enquanto isso, Terezinha Campos construiu versos, os mais belos versos sobre a vida pacata da cidade em que nasceu e ama com muita devoção. A leitura deste livro foi para mim uma gratificante viagem ao tempo pretérito.
É certo que nas anotações de Helena Pereira recordamos momentos de real encantamento e que resultaram num documentário valioso sobre a história de Montes Claros. Ora, foram poucas as vezes que freqüentamos a Boate da Praça de Esportes, entretanto a canção d’o milionário, que era interpretada pelo conjunto Les Cherris, ainda hoje nos emociona quando a ouvimos de um aparelho de som. É incrível como Os Incríveis souberam imortalizar esta belíssima canção. Por outro lado, o Mercado Velho e o Cine Teatro Fátima são duas lembranças vivas de quando aqui cheguei. Também me lembro de um antigo rádio – ainda com válvulas e sempre sintonizado na ZYD-7 – que permanecia empoeirado sobre um pequeno tabuleiro num canto qualquer do meu quarto de dormir. Nesta ocasião eu era inquilino do saudoso Hotel Glória que era localizado na esquina das ruas São Francisco e Rui Barbosa, de dona Gercina e seu Jove. Ah, quantas saudades!
Na segunda parte do livro estão os poemas de Terezinha Campos. Para que as saudades e as lembranças possam ter alguma serventia no presente é necessário valer se deles a todo tempo para recordar do tempo passado. Assim são os poemas do livro Montes Claros, Claros Montes – Nossa Terra, Nossa Gente. Conheço a poetiza Terezinha Campos desde os idos do fatídico ano de 1968. O seu esposo José Luiz era meu colega de trabalho no Armazém Itapoã. Foi um período extraordinário, onde a palavra “saudade” existe para designar a nossa própria experiência do tempo.
As reminiscências de Terezinha Campos iniciam exatamente nesta época em que a cidade de Montes Claros passava por transformações que viriam modificar a sua representação para a cidade de porte-médio. Os seus poemas nos fazem lembrar das crônicas inteligentes de Wanderlino Arruda, Petrônio Braz e Raphael Reis. Para a escritora Terezinha Campos o tempo é o elemento da narrativa, assim como é o elemento da vida. É por isso que as suas produções literárias têm o apoio da classe estudantil e a dos professores. Mas, o que mudou para que a poesia, antes desprestigiada e considerada nociva à sociedade, adquirisse legitimidade tão ampla entre os leitores montes-clarenses? Foi sem dúvida o sentimento de amor que os poetas dedicavam e ainda dedicam à cidade natal dos montes claros.
Falar da figura de dona Etelvina – “Deus lhe pague a sua esmola/ que me deu com afeição/ que do céu receba a paga/ Deus lhe pague, meu patrão” – do Galinheiro que, “tranqüilo, manso, ordeiro/ atirando-lhe pedras incertas/ foi morto o bom Galinheiro” é recordar e viver! Para a autora, as desilusões e os sofrimentos ainda correspondem à dura realidade em que vive o povo de Montes Claros. “Neste trabalho que é um período da verdadeira história de Montes Claros, as autoras retratam, através do sentimento, homenagens ao seu povo, lugares, situações e acontecimentos, ora alegres, por vezes cômico, ora tristes, ou somente revividos, onde mergulham trazendo à baila muitas emoções”. Montes Claros, Claros Montes – Nossa Terra, Nossa Gente “é um livro para ser lido com carinho e guardado no baú das recordações de cada coração”.
Eu tenho um livro escrito por duas mãos: dóris & dário. O Secretário de Cultura, Ildeu Braúna, também tem um. A acadêmica Yvonne Silveira tem vários deles. Aliás, tem muita gente que tem um ou mais de um livro escrito por duas mãos. Ter a felicidade de compartilhar com alguém essa oportunidade de escrever livros a dois é uma dádiva de Deus. É assim porque neles não há egoísmo e nem tampouco o fruto das falsidades. Falando nisso, agora mesmo eu acabei de ler um livro assim: Montes Claros, Claros Montes - Nossa Terra, Nossa Gente, de Helena Pereira Nascimento e Martins e Terezinha Campos. A primeira delas aventurou-se na prosa descrevendo alguns dos momentos mais importantes da vida social de Montes Claros, com elegância e fidelidade. Enquanto isso, Terezinha Campos construiu versos, os mais belos versos sobre a vida pacata da cidade em que nasceu e ama com muita devoção. A leitura deste livro foi para mim uma gratificante viagem ao tempo pretérito.
É certo que nas anotações de Helena Pereira recordamos momentos de real encantamento e que resultaram num documentário valioso sobre a história de Montes Claros. Ora, foram poucas as vezes que freqüentamos a Boate da Praça de Esportes, entretanto a canção d’o milionário, que era interpretada pelo conjunto Les Cherris, ainda hoje nos emociona quando a ouvimos de um aparelho de som. É incrível como Os Incríveis souberam imortalizar esta belíssima canção. Por outro lado, o Mercado Velho e o Cine Teatro Fátima são duas lembranças vivas de quando aqui cheguei. Também me lembro de um antigo rádio – ainda com válvulas e sempre sintonizado na ZYD-7 – que permanecia empoeirado sobre um pequeno tabuleiro num canto qualquer do meu quarto de dormir. Nesta ocasião eu era inquilino do saudoso Hotel Glória que era localizado na esquina das ruas São Francisco e Rui Barbosa, de dona Gercina e seu Jove. Ah, quantas saudades!
Na segunda parte do livro estão os poemas de Terezinha Campos. Para que as saudades e as lembranças possam ter alguma serventia no presente é necessário valer se deles a todo tempo para recordar do tempo passado. Assim são os poemas do livro Montes Claros, Claros Montes – Nossa Terra, Nossa Gente. Conheço a poetiza Terezinha Campos desde os idos do fatídico ano de 1968. O seu esposo José Luiz era meu colega de trabalho no Armazém Itapoã. Foi um período extraordinário, onde a palavra “saudade” existe para designar a nossa própria experiência do tempo.
As reminiscências de Terezinha Campos iniciam exatamente nesta época em que a cidade de Montes Claros passava por transformações que viriam modificar a sua representação para a cidade de porte-médio. Os seus poemas nos fazem lembrar das crônicas inteligentes de Wanderlino Arruda, Petrônio Braz e Raphael Reis. Para a escritora Terezinha Campos o tempo é o elemento da narrativa, assim como é o elemento da vida. É por isso que as suas produções literárias têm o apoio da classe estudantil e a dos professores. Mas, o que mudou para que a poesia, antes desprestigiada e considerada nociva à sociedade, adquirisse legitimidade tão ampla entre os leitores montes-clarenses? Foi sem dúvida o sentimento de amor que os poetas dedicavam e ainda dedicam à cidade natal dos montes claros.
Falar da figura de dona Etelvina – “Deus lhe pague a sua esmola/ que me deu com afeição/ que do céu receba a paga/ Deus lhe pague, meu patrão” – do Galinheiro que, “tranqüilo, manso, ordeiro/ atirando-lhe pedras incertas/ foi morto o bom Galinheiro” é recordar e viver! Para a autora, as desilusões e os sofrimentos ainda correspondem à dura realidade em que vive o povo de Montes Claros. “Neste trabalho que é um período da verdadeira história de Montes Claros, as autoras retratam, através do sentimento, homenagens ao seu povo, lugares, situações e acontecimentos, ora alegres, por vezes cômico, ora tristes, ou somente revividos, onde mergulham trazendo à baila muitas emoções”. Montes Claros, Claros Montes – Nossa Terra, Nossa Gente “é um livro para ser lido com carinho e guardado no baú das recordações de cada coração”.
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