sexta-feira, 3 de julho de 2009

NOVA ESPERANÇA


Dário Teixeira Cotrim

É fácil escrever sobre o livro de Jarbas Oliveira. É difícil escrever sobre o livro de Jarbas Oliveira. É fácil porque o seu livro é de tal modo que todos o entendem e é difícil porque a grande parte da população, não habituada à leitura, já o prejulga antes mesmo de lê-lo. Digamos de passagem que isso não implica sequer em diminuir o valor literário que ele tem. O li, e o li num só fôlego. Garanto-lhes, pois, que este livro se trata de um excelente livro-de-romance, o que nos faz recordar as brilhantes obras dos montes-clarenses Edson Ferreira Andrade (Kaline) e José Catarino Rodrigues (Sonhos de Algodão).

Por outro lado, o livro Nova Esperança, do escritor Jarbas Oliveira, permite que os seus leitores percebam com que facilidade a leitura é ali desenvolvida. O estilo empregado pelo autor não se acha atrelado a nenhuma escola literária que conhecemos. Nota-se, portanto, um misto de sensibilidade absoluta, de conhecimento das técnicas literárias e dos recursos gramaticais que, às vezes, de sua bela capacidade de ilustrar o ambiente com palavras descritivas onde se desenrola todo o drama do romance, a sua narrativa nos apresenta deleitosa, mas consistente de fatos. Isso, principalmente no que tange a parte das contendas jurídicas. Fica claríssimo o contágio das idéias de um dado momento em que forma o pacto amoroso entre o poder de decisão e a beleza da gratidão. Não é por pura coincidência que o autor deixa explícito, ao longo dos capítulos, a sua intenção de expor as diversas facetas do relacionamento – homem-candidato/homem-eleitor – permitindo com isso que o seu leitor tenha uma rápida identificação dos vícios da política em detrimento ao bem-fazer social.

Entretanto, se Martha – a personagem principal – não fosse uma criação literária, poderia ser mais uma vítima das injustiças que se cometem neste imenso país. Às vezes acontece que a força da paixão determina os rumos dos acontecimentos. Neste caso o autor deveria ter concluído o seu trabalho, mas não foi possível em vista de alguns fatos novelescos ainda não serem completamente explorados por ele. E o resultado não poderia ter sido outro senão o do amor ultrapassando todos os limites nele contidos. Haja vista que a qualquer luz que se pretenda lançar sobre o eterno relacionamento homem-mulher deve-se considerar antes de qualquer coisa um fruto da alma e do coração.

Temos certeza de que o novo livro Nova Esperança será muito apreciado, principalmente pelos alunos, porque a sua leitura é de fácil entendimento e o enredo nos oferece uma dramatização muito comum na vida cotidiana do nosso povo. São fatos parecidos que fazem com que os leitores se sentem imbuídos na obra. Creio até que o trabalho idealizado por Jarbas Oliveira tende a fortalecer-se por sua própria natureza, caracterizadamente, para as absorções das novas abordagens que contemplam, por exemplo, a pluralidade cultural e a diversidade de temas para a elaboração do romance, o que é incomum em nosso meio.

Com a publicação desta obra, o escritor Jarbas Oliveira se junta agora aos outros nomes, todos respeitabilíssimos na literatura montes-clarense, quando se trata de romancear uma história de amor. Uma plêiade de acadêmicos composta por Amelina Chaves (O Andarilho do São Francisco), Petrônio Braz (Jandaia: em tempo de seca), Olyntho da Silveira (A filha da Enfermeira), Ajax Tolentino (Amor Cigano), Ronaldo José de Almeida (Data Venia, Excelência!) e tantos outros. Acreditando na efetivação de sua proposta, o autor abre uma janela para o futuro, deixando nas entrelinhas que somente iniciou o romance Nova Esperança. Outros desdobramentos acontecerão na segunda parte do livro o que não deverá demorar muito tempo. Estaremos atentos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário