sábado, 1 de agosto de 2009

O LAÇO HÚNGARO


Dário Teixeira Cotrim

É natural a tamanha satisfação, de quem quer que seja, quando um sonho é concretizado. E, pela décima quinta vez estamos vivendo em renovados momentos a alegria de encontrar-nos, outra vez, em volta com o lançamento de mais um livro. Desta feita a O Laço Húngaro – uma estratégia militar bem sucedida. Pode ser que as pessoas nem percebam a simplicidade de um título assim tão grande. Talvez, elas nem percebam, também, os caminhos percorridos desde os seus primeiros assentamentos históricos até a conclusão da obra. Mas, certamente que elas saberão da importância de escrever um documentário responsável e sério sobre a história de uma Coluna!

Ah, quantas noites mal dormidas porque teria de registrar as idéias naquele exato momento. Quantas incompatibilidades em casa em vista do tempo dedicado somente ao trabalho de pesquisas, tempos esses que duram uma eternidade. Quantas renúncias no gozo das férias só por causa de um estudo complementar que, talvez pudesse ser feito em uma outra oportunidade. Quantas lutas e quantas desilusões numa expectativa perdida. A família ficava prejudicada em todos os seus quadrantes. Entretanto, a minha esposa e os nossos filhos souberam driblar as conseqüências advindas deste meu embirramento, pois era preciso que fosse assim.

Ora, os tropeços são em demasia. As decepções, essas também nunca nos faltaram. As dificuldades, financeiras e físicas, em certos momentos esmoreciam o pique deste imensurável trabalho. A inveja de uns ainda é o que mais atormenta os nossos desejos de realizarmos uma obra literária, todavia, os aplausos de outros sobrepõem essas deficiências o que atropelavam os nossos exaltados sonhos. Para tanto, o importante é a persistência de vencer, é a vontade de colocar em prática as nossas fantasias e a determinação nossa de querer fazer e de poder fazer, mesmo sabendo que tudo isso nos custa a nossa alma e o nosso infeliz coração em lancinante dor. Piores serão os protestos de veneração, sempre falsos das parentalhas, as que não enxergam senão pelo lado da cobiça. Delas há uma euforia em chamas de fogo que se extingue em cinzas.

Talvez, melhor seja o sacrifício, pois assim a reta final terá sabor de vitória. Pois, há nove anos que vimos colecionando informações sobre a sempre badalada operação de guerra: A Coluna Prestes. Hoje, temos um imenso carinho de gratidão e de respeito aos confrades do nosso Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e da Academia Montesclarense de Letras, pois foram eles, sem dúvida, os primeiros que acreditaram no nosso talento e na nossa vocação de fazermos história em terras estranhas.

O livro O Laço Húngaro já está publicado sem, contudo, o seu lançamento acontecer. São cento e quarenta seis páginas de registros históricos, legado que deixarei para os futuros pesquisadores, pois são eles os legítimos historiadores do tempo que há de vir. Ao povo mineiro e baiano queremos solicitar-lhes as nossas desculpas pela nossa ousadia e pela nossa estupidez de querermos fazer história num manancial repleto dos melhores historiadores do país.

Valendo-nos do ensejo, queremos, pois, deixar consignado aqui o nosso profundo agradecimento ao Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros e também a Academia Montesclarense de Letras que, na generosidade do doutor Wanderlino Arruda e da ilustríssima professora Yvonne de Oliveira Silveira, decisivamente nos acolheu com carinho imenso e de modo assim tão expressivo.

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