sábado, 1 de agosto de 2009

PORTEIRINHA: MEMÓRIA HISTÓRICA E GENEALOGIA


DÁRIO TEIXEIRA COTRIM

Estávamos presentes (eu, Wanderlino Arruda e Haroldo Lívio) na cidade de Porteirinha, para o lançamento do livro Porteirinha: Memória Histórica e Genealogia, da confreira Palmyra Santos Oliveira, representado o Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros. Foi uma festa belíssima. Enganalaram a Casa de Cultura para receber a ilustre historiadora da terra com sucessivos aplausos. A sessão solene foi festivamente presidida pelo acadêmico Wanderlino Arruda, presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, que falou da importância de escrever a história de um povo com os seus costumes e as suas tradições.

Hoje, o que muitos de nossa geração devem aos mais experientes foi à oportunidade e a sorte de ter lido livros importantes na adolescência. O livro histórico na sua essência é um repositório de reminiscências onde o autor vai anotando os fatos acontecidos ao longo de um tempo. Isso também aconteceu com Palmyra, que leu muito e depois escreveu a história de sua terra com a extrema precisão dos fatos, relatando-os em livro para o conhecimento das futuras gerações. Não obstante as nossas colocações disse-nos ela que “não se trata de um compêndio de história, nos moldes tradicionais, em que se debruçam sobre documentos em busca de revelações, mas principalmente de um relato testemunhal” o que vai despertar grande interesse do povo e também daqueles que buscam conhecer melhor as suas origens.

O livro de escritora Palmyra é uma obra de fôlego, com seqüência de fatos paradigmáticos, começando pela história antiga da cidade e prosseguindo até os dias de hoje. Para ela, a história de Porteirinha é bastante curiosa, já que os primeiros tropeiros acampavam numa “pequena clareira no coração da mata” depois que passavam por “uma brecha entre os altos troncos de um lado e do outro da clareira, que lhe servia de acesso. Era como porteira. Os que para ali se dirigiam em busca de pouso, se referiam ao local como Porteirinha”.

É claro que numa iniciativa complexa como essa, aí não se esgota a pesquisa. É fundamental e interessante a continuidade dos trabalhos da autora, o que poderá ser feita pelos seus filhos, em particular, o ilustre acadêmico Itamaury Telles de Oliveira. Na parte da genealogia há, evidentemente, certas falhas de nomes e de datas, mas não há razão suficiente para que ela seja considerada espúria. Na verdade, os acertos desses nomes deverão acontecer ao longo dos anos que virão, como também a complementação de outros dados que se fizerem necessários.

Afirmamos com bastante convicção que, Porteirinha: Memória Histórica e Genealogia é um livro de grandes qualidades, é muito bem trabalhado e de leitura extremamente agradável. Certamente terá ele a repercussão merecida, uma vez que narra a história antiga de Porteirinha e as raízes genealógicas das principais famílias do lugar, quase todas oriundas do sertão baiano.

No geral, os livros históricos são as certidões de nascimento das cidades. O livro Porteirinha: Memória Histórica e Genealogia é na verdade tudo isso, além de ser o retrato fiel de uma cidade pacata, bonita e ordeira. Portanto, “condensando memória histórica e genealogia, este livro foi escrito nos últimos vinte anos e resulta de observações e anotações pessoais ao longo de mais de seis décadas de participação na vida comunitária de Porteirinha”.

A sua autora Palmyra Santos Oliveira ocupa com galhardia a Cadeira de número 64 do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros, que tem como patrono o seu saudoso irmão José Gomes de Oliveira. Parabéns Palmyra!

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