Dário Teixeira Cotrim
Muitas vezes quando falamos sobre os nossos escritores, os mais lembrados sempre são os acadêmicos Cyro dos Anjos e Darcy Ribeiro. Sem dúvida que esses dois são os ícones da literatura montes-clarense. Eles sempre estiveram entre os mais requisitados nas livrarias e nas bibliotecas de todo o território nacional. Primeiro porque eles participaram da vida política brasileira e depois, porque foram eles membros efetivos da Academia Brasileira de Letras. Certamente que isso contribuiu para que a nossa querida cidade de Montes Claros se faça hoje conhecida e reconhecida como a Cidade da Arte e da Cultura. Um fim outra coisa é senão um valor posto e reconhecido do nosso confrade e amigo Reginauro Silva, que assim o cognominou desde algum tempo no passado.
Entretanto, existem outros tantos nomes que por motivos diversos estão vivendo no anonimato das nossas letras. Até creio que, para alguns deles, uma parcela considerável da população montes-clarense nunca os tenha ouvido falar. Consoante nosso entender, iniciaremos aqui falando sobre o doutor Lindolfo Jacinto Rocha, o autor do romance Maria Dusá. Era Lindolfo natural de Grão Mogol/MG, nasceu em 3 de abril de 1862 e era filho de Manoel Jacinto Rocha e de dona Irene Gomes Rocha. Também é verdade que não se sabe muita coisa a respeito dos seus primeiros anos. Mas, temos notícias de que ele residiu uma temporada na cidade de Brumado e, depois, foi com a mãe em busca de seus familiares na Chapada Diamantina. Segundo o biografo Epitácio Pedreira de Cerqueira, disse-nos que o recém-nado Lindolfo recebeu das mãos do vigário José Vitório de Souza, de São José do Gorutuba, a água lustral. (Esse vigário, conforme nos relatou o mestre Simeão Ribeiro Pires, foi aquele que protagonizou o célebre episódio O Padre e a Bala de Ouro).
Lindolfo Rocha escreveu o romance Maria Dusá (Maria dos Ah!). Nesta mesma época (1910) ele conheceu, em Lençóis, os escritores Afrânio Peixoto, Herman Lima e Herberto Sales, todos do ciclo diamantífero baiano. “Maria Dusá é a fascinante mundana que, na agreste região do garimpo, ostentando grande luxo, tem aos seus pés aventureiros de todos os tipos até que, um dia, tomando uma atitude profundamente humana, resolve sacrificar-se pelo objeto do seu amor, renunciando a todas as leviandades. Cercam-na os homens mais brutos e sedentos de prazer e fortuna, mesmo assim, ele se mostra capaz de bons sentimentos. Um forte romance de Lindolfo Rocha, todo narrado em pura linguagem regional, que já se fez telenovela, e é um dos mais empolgantes de seu gênero”.
Quando das nossas pesquisas para a elaboração do livro História Primitiva de Montes Claros, fomos buscar no livro Maria Dusá a seguinte informação: “Desde que saí de Serra Nova – município de Rio Pardo de Minas – quase não descansei. Cheguei em São Félix, achei logo frete inteirado para Maracá. Aí tampei a tropa de sal. E aí para casa. Mas, no Gavião, soube que na lavra do Mucugê, sal e toucinho estão bons. Então troquei um bocado de sal por toucinho e aqui vou eu...”. Se, por um lado, o acadêmico João Guimarães Rosa escreveu sobre o grande sertão dos gerais, por outro, o grão-mogolense Lindolfo Rocha produziu com muita primazia e competência um livro sobre as tradições e os costumes da Chapada Diamantina no interior baiano, merecendo com isso lugar de relevo na literatura romanceada brasileira. Portanto, importante para o sertão bruto norte-mineiro é cultuar nomes que engrandecem as letras e as artes de nossa terra. O livro Maria Dusá é um documentário que trata e retrata temas fortes e violentos, onde a paixão exacerbada de um povo constrói verdadeiras cenas munidas de ódios e de vingança. Não cabe aqui por certo discutir a obra, mas a origem do autor da obra. Lindolfo Jacinto Rocha era filho de Grão Mogol, era mineiro de nascimento, e era o escritor apaixonado pelas coisas das Minas Gerais. Benza Deus!
Muitas vezes quando falamos sobre os nossos escritores, os mais lembrados sempre são os acadêmicos Cyro dos Anjos e Darcy Ribeiro. Sem dúvida que esses dois são os ícones da literatura montes-clarense. Eles sempre estiveram entre os mais requisitados nas livrarias e nas bibliotecas de todo o território nacional. Primeiro porque eles participaram da vida política brasileira e depois, porque foram eles membros efetivos da Academia Brasileira de Letras. Certamente que isso contribuiu para que a nossa querida cidade de Montes Claros se faça hoje conhecida e reconhecida como a Cidade da Arte e da Cultura. Um fim outra coisa é senão um valor posto e reconhecido do nosso confrade e amigo Reginauro Silva, que assim o cognominou desde algum tempo no passado.
Entretanto, existem outros tantos nomes que por motivos diversos estão vivendo no anonimato das nossas letras. Até creio que, para alguns deles, uma parcela considerável da população montes-clarense nunca os tenha ouvido falar. Consoante nosso entender, iniciaremos aqui falando sobre o doutor Lindolfo Jacinto Rocha, o autor do romance Maria Dusá. Era Lindolfo natural de Grão Mogol/MG, nasceu em 3 de abril de 1862 e era filho de Manoel Jacinto Rocha e de dona Irene Gomes Rocha. Também é verdade que não se sabe muita coisa a respeito dos seus primeiros anos. Mas, temos notícias de que ele residiu uma temporada na cidade de Brumado e, depois, foi com a mãe em busca de seus familiares na Chapada Diamantina. Segundo o biografo Epitácio Pedreira de Cerqueira, disse-nos que o recém-nado Lindolfo recebeu das mãos do vigário José Vitório de Souza, de São José do Gorutuba, a água lustral. (Esse vigário, conforme nos relatou o mestre Simeão Ribeiro Pires, foi aquele que protagonizou o célebre episódio O Padre e a Bala de Ouro).
Lindolfo Rocha escreveu o romance Maria Dusá (Maria dos Ah!). Nesta mesma época (1910) ele conheceu, em Lençóis, os escritores Afrânio Peixoto, Herman Lima e Herberto Sales, todos do ciclo diamantífero baiano. “Maria Dusá é a fascinante mundana que, na agreste região do garimpo, ostentando grande luxo, tem aos seus pés aventureiros de todos os tipos até que, um dia, tomando uma atitude profundamente humana, resolve sacrificar-se pelo objeto do seu amor, renunciando a todas as leviandades. Cercam-na os homens mais brutos e sedentos de prazer e fortuna, mesmo assim, ele se mostra capaz de bons sentimentos. Um forte romance de Lindolfo Rocha, todo narrado em pura linguagem regional, que já se fez telenovela, e é um dos mais empolgantes de seu gênero”.
Quando das nossas pesquisas para a elaboração do livro História Primitiva de Montes Claros, fomos buscar no livro Maria Dusá a seguinte informação: “Desde que saí de Serra Nova – município de Rio Pardo de Minas – quase não descansei. Cheguei em São Félix, achei logo frete inteirado para Maracá. Aí tampei a tropa de sal. E aí para casa. Mas, no Gavião, soube que na lavra do Mucugê, sal e toucinho estão bons. Então troquei um bocado de sal por toucinho e aqui vou eu...”. Se, por um lado, o acadêmico João Guimarães Rosa escreveu sobre o grande sertão dos gerais, por outro, o grão-mogolense Lindolfo Rocha produziu com muita primazia e competência um livro sobre as tradições e os costumes da Chapada Diamantina no interior baiano, merecendo com isso lugar de relevo na literatura romanceada brasileira. Portanto, importante para o sertão bruto norte-mineiro é cultuar nomes que engrandecem as letras e as artes de nossa terra. O livro Maria Dusá é um documentário que trata e retrata temas fortes e violentos, onde a paixão exacerbada de um povo constrói verdadeiras cenas munidas de ódios e de vingança. Não cabe aqui por certo discutir a obra, mas a origem do autor da obra. Lindolfo Jacinto Rocha era filho de Grão Mogol, era mineiro de nascimento, e era o escritor apaixonado pelas coisas das Minas Gerais. Benza Deus!
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