Dário Teixeira Cotrim
Zulma Antunes Pereira era poetisa e escreveu poemas. Lindos poemas! Poemas que nasceram de num momento único, em que a juventude procurava libertar-se dos (pre)conceitos contidos na linguagem de uma época. Era assim porque, também havia a insatisfação gratuita dos jovens escritores com as regras literárias. Enquanto Zulma poetizava no aconchego do seu doce lar, o mundo lá fora gritava por liberdade. Era um movimento – o movimento hippie – que se iniciava no velho mundo trazendo a rebeldia arraigada nos sonhos dos moços o que durariam mais de duas décadas de Amor e Paz!
Furtivamente, assim como queria a autora, a sua poesia também revelava a existência de um descontentamento social do nosso povo, o que resultou na rebeldia bem comportada de uma linda jovem aristocrata. Dizia ela que, “de madrugada irei/ irei amanhã à praia/ sentir o frescor da brisa (...) fincarei meus pés descalços/ olharei longe o horizonte/ com os olhos no encalço/ de um barco distante...”. Sempre foi uma característica dos poetas românticos ismicuir-se na natureza para, depois, depositar nela as suas angústias e as suas dores, vejamos: “um dia eu vou chorar/ e afogar toda mágoa/ do coração”. Do mesmo modo, a presença do belo não poderia deixar de ser apreciado com tanto entusiasmo e com a mágica inspiração dessa esteta da poesia montes-clarense. A coletânea Poesias, publicada no livro Ventos de Agosto, de Edgar Antunes Pereira, retrata muito bem todas essas características nos poemas da saudosa Zulma Antunes Pereira.
Nota-se, contudo, que Zulma, em seus poemas, não desprezava inteiramente a rima, e quando isso acontecia o elemento aliteração tornava-se muito mais presente nas suas formas. È, pois, assim que se percebe a distância que existe entre a sua poesia e os versos livres dos irrequietos poetas populares da época. Das mais incisivas qualidades do seu verso é o ar primaveril que lhe dá maior consistência. Isso acontece porque a influência de Casimiro de Abreu sempre esteve presente na sua escrita.
Da necessidade de escrever é que nasce com o tempo e com o nervosismo do verdor dos anos a poesia romântica de Zulma. Assim ela afirmava categoricamente que “de mãos dadas/ calados caminhavam/ por nós... falavam nossos olhos”. Não obstante a tudo isso, o recado contundente no seu belíssimo triolé Pequena História revela a outra face de sua poesia: “Era uma vez um homem,/ que quis brincar de maldade/ foi-se embora e deixou chorando/ a felicidade./ Um dia cansado, voltou/ mas só encontrou a saudade/ pobre homem, neste dia/ foi ele quem chorou...”. Outrossim, na construção de seus versos nós encontramos o enjambement, uma modalidade poética muito usada na nossa poesia contemporânea. “Nasce, vive, luta, sofre/ o homem, fascinante criatura”.
Li os belos poemas de Zulma num momento de doce felicidade! Foi então, neste instante, que essa poesia aparentemente desconhecida, aproximou-se sem alarde, trazendo-me a beleza da língua em cada verso escrito. A poesia de Zulma é livre como livre são os pássaros; é bela como bela são as flores, é inocente como insontes são as borboletas que ziguezagueantes ganham distância sem fim. Ela é também uma poesia cristã, pois ela é como o deve ser, uma poesia de muita fé e esperança! Disse-nos o poeta Felix Pacheco que “sem fé, não há pureza, o peito diz-mo, e, sem pureza e fé, o mais é vão...”. Zulma foi, certamente, na mais legítima acepção da palavra, uma poetisa completa, deixando uma coletânea de poemas, cheia de ternura e de beleza!
Zulma Antunes Pereira era poetisa e escreveu poemas. Lindos poemas! Poemas que nasceram de num momento único, em que a juventude procurava libertar-se dos (pre)conceitos contidos na linguagem de uma época. Era assim porque, também havia a insatisfação gratuita dos jovens escritores com as regras literárias. Enquanto Zulma poetizava no aconchego do seu doce lar, o mundo lá fora gritava por liberdade. Era um movimento – o movimento hippie – que se iniciava no velho mundo trazendo a rebeldia arraigada nos sonhos dos moços o que durariam mais de duas décadas de Amor e Paz!
Furtivamente, assim como queria a autora, a sua poesia também revelava a existência de um descontentamento social do nosso povo, o que resultou na rebeldia bem comportada de uma linda jovem aristocrata. Dizia ela que, “de madrugada irei/ irei amanhã à praia/ sentir o frescor da brisa (...) fincarei meus pés descalços/ olharei longe o horizonte/ com os olhos no encalço/ de um barco distante...”. Sempre foi uma característica dos poetas românticos ismicuir-se na natureza para, depois, depositar nela as suas angústias e as suas dores, vejamos: “um dia eu vou chorar/ e afogar toda mágoa/ do coração”. Do mesmo modo, a presença do belo não poderia deixar de ser apreciado com tanto entusiasmo e com a mágica inspiração dessa esteta da poesia montes-clarense. A coletânea Poesias, publicada no livro Ventos de Agosto, de Edgar Antunes Pereira, retrata muito bem todas essas características nos poemas da saudosa Zulma Antunes Pereira.
Nota-se, contudo, que Zulma, em seus poemas, não desprezava inteiramente a rima, e quando isso acontecia o elemento aliteração tornava-se muito mais presente nas suas formas. È, pois, assim que se percebe a distância que existe entre a sua poesia e os versos livres dos irrequietos poetas populares da época. Das mais incisivas qualidades do seu verso é o ar primaveril que lhe dá maior consistência. Isso acontece porque a influência de Casimiro de Abreu sempre esteve presente na sua escrita.
Da necessidade de escrever é que nasce com o tempo e com o nervosismo do verdor dos anos a poesia romântica de Zulma. Assim ela afirmava categoricamente que “de mãos dadas/ calados caminhavam/ por nós... falavam nossos olhos”. Não obstante a tudo isso, o recado contundente no seu belíssimo triolé Pequena História revela a outra face de sua poesia: “Era uma vez um homem,/ que quis brincar de maldade/ foi-se embora e deixou chorando/ a felicidade./ Um dia cansado, voltou/ mas só encontrou a saudade/ pobre homem, neste dia/ foi ele quem chorou...”. Outrossim, na construção de seus versos nós encontramos o enjambement, uma modalidade poética muito usada na nossa poesia contemporânea. “Nasce, vive, luta, sofre/ o homem, fascinante criatura”.
Li os belos poemas de Zulma num momento de doce felicidade! Foi então, neste instante, que essa poesia aparentemente desconhecida, aproximou-se sem alarde, trazendo-me a beleza da língua em cada verso escrito. A poesia de Zulma é livre como livre são os pássaros; é bela como bela são as flores, é inocente como insontes são as borboletas que ziguezagueantes ganham distância sem fim. Ela é também uma poesia cristã, pois ela é como o deve ser, uma poesia de muita fé e esperança! Disse-nos o poeta Felix Pacheco que “sem fé, não há pureza, o peito diz-mo, e, sem pureza e fé, o mais é vão...”. Zulma foi, certamente, na mais legítima acepção da palavra, uma poetisa completa, deixando uma coletânea de poemas, cheia de ternura e de beleza!
Nenhum comentário:
Postar um comentário